Poucos e maus dias

Gn. 47.7-10

Jacó foi um homem muito lembrado por sua vida, pois ficou marcado pelas coisas que fez e praticou, suas trapalhadas. Tal como é mais fácil se lembrar das coisas que nos fizeram de mau, suas falhas. Como, por exemplo, no caso do ladrão na cruz. Houve arrependimento, Jesus disse que o mesmo se encontraria com Ele no Paraíso, no mesmo dia, e, ainda assim, continua sendo, para nós, o ladrão na Cruz, não o servo redimido.

Há coisas na vida de Jacó que nos ensina a trabalhar em nossos erros, e aprender com seus acertos.
Parece-nos que, no texto, Jacó está reclamando, pois diz que foram somente 130 anos, mas ele está agindo com reflexão, lendo seu passado, diferente de nós que não conseguimos agir assim. É importante observar que não importa se contamos o tempo de vida da igreja ou vida comum, precisamos rever nossas ações. Seja quantos forem os anos de nossa vida ou da igreja, devemos olhar para trás e perceber que foram poucos.

Qualquer um, por mais que tenha vivido, irá olhar para trás e dizer foi pouco. Isso não é uma reclamação, mas uma reflexão. Deixamos de fazer coisas, e tomar decisões, porque achavamos que era cedo, mas o tempo passa. Nós achamos que teremos sempre oportunidades e pessoas conosco. Mas o tempo passa e pessoas se vão.
Sempre haverá na nossa conta um déficit. Pois desperdiçamos oportunidades e deixamos de fazer o bem.

Deus nos dá na vida, oportunidades de construirmos relações, uma história. E como tratamos com isso?

Será que teremos oportunidades para fazer o que tem de ser feito? Sempre achamos que sim. Porque imaginamos que o acerto que não tivemos, teremos agora. Mas será? Pois chegaremos ao fim de nossas vidas e descobriremos que foram poucos os nossos dias, ainda que vivamos por um período igual ao que já vivemos, se continuarmos a desperdiçar as oportunidades.
Deus está nos dando oportunidade de refazermos nossas vidas, aproveitarmos aquilo que Deus nos deu. Não há tempo a ser perdido.
Nós podemos fazer mais do que o que temos feito, podemos fazer tudo o quanto Deus nos propõe.
O tempo que nós temos, podem ser muitos em anos, mas serão poucos ainda.

Jacó ainda diz que os dias foram maus, e aí está outra verdade. Os dias são difíceis, são trabalhosos. 
Jesus disse que no mundo teríamos aflições. As doenças, as dificuldades financeiras, fazem parte de nossa vida. Em contra partida temos algumas oportunidades e se não as aproveitamos, quando podemos, continuaremos nas aflições da vida; e quando quisermos fazer, não teremos mais força.
O que estamos construindo com a nossa vida? O que dirão em nossa partida? As saudades nos seguirão? Ou partiremos tarde para as pessoas? Tudo será reflexo do que construímos hoje, e durante nossa vida. É agora que nós construímos laços, pois os dias são poucos e maus.

Gn. 48. 1-3; 7

Jacó agora com 147 anos, reúne seus filhos para orientá-los, e diz que Deus lhe apareceu e o abençoou. Ele não declarou que ficou rico, produziu muito, como sua igreja cresceu, quantos membros têm. O fato mais marcante para Jacó, e deve ser para todas as pessoas, é ter um encontro com Deus. É isso que vale a pena.
Nada mais conta, podemos ter muito ou pouco, o importante é encontrar-se com Ele, com Deus, e Ele entrar em nossa vida.
Deus nos encontra e nos abençoa. Hoje, alguns ensinam a buscar as bênçãos, e, se Deus vir é consequência, mas Deus é a causa e a benção é a consequência.
Mas há ainda um fato marcante para Jacó.

Quando Jacó sepulta Raquel é com grande pesar que o faz. O que nos trás isso é que, para a vida valer a pena, temos que amar alguém, nos dar alguém, fazer alguém feliz, ainda que tenhamos que trabalhar quatorze anos, sem salário, para ter direito de estar com esta pessoa. É um privilégio marcar a vida de alguém com doçura e com ternura. 
Jacó chega ao final de seus dias e diz: “Encontrei Deus, fui abençoado e amei Raquel”. Não reclama do tanto que trabalhou para Labão, mas diz que tudo valeu a pena.
Precisamos nos amar, amar ao cônjuge, aos irmãos, a igreja. Faça sua vida valer a pena. E aproveitar as oportunidades dadas por Deus.