O culto racional
Sylvio Fratelli Filho - 29/01/2013 às 22:45
Rm.12.1-2
Não sei quantas vezes já ouvimos a respeito destes dois versos, mas, hoje, Deus quer nos fazer lembrar de algo que a muito aprendemos.
Olhemos, então, para Ele, veja quanta misericórdia Ele já manifestou sobre nós, quanta graça. Dentre tantas outras coisas que poderíamos olhar, veja esta misericórdia sobre nós, vindo como homem, sofrendo, para poder nos perdoar. Então, se ofereça a Ele, mas não um oferecimento de emoções ou somente palavras, mesmo que seja impossível as mesmas não se aflorarem diante Dele.
Paulo esta falando de um culto racional, como Maria mãe de Jesus que corria risco de apedrejamento por estar grávida sem estar casada, no entanto ela preferiu o plano de Deus. Ou Ester que poderia morrer por entrar na presença do rei, mas decidiram correr os riscos, por saberem que para estes momentos foram preparadas. E, por isso, que Paulo diz: "pensem, façam conscientes, pensem de acordo com a Palavra de Deus".
Apesar de termos uma mente natural, por sermos humanos, devemos colocar esta de lado, renová-la e assim transformar a nossa vida. Pois, não é Deus que transforma a nossa mente, a responsabilidade é nossa!
Diz a Palavra que “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém” (ICo 6.12). Portanto, pense, raciocine, convém ou não. O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a vida eterna (Mt 16.26). Vale a pena perder a Vida por um prazer?
Nós somos alvo de dois reinos, e estes dois reinos estão brigando por nós. Um é muito solidário conosco proporcionando oportunidades de vivermos a vida. O outro, nós diz: “se tiver vontade de fazer algo da carne, não faça, negue-se”.
Veja! Paulo nos aconselha a não nos amoldarmos a este mundo. E o que precisamos fazer para sermos moldados a este mundo? Nada, pois nossos desejos já são de acordo com este mundo. Mas o raciocinar sobre a palavra de Deus e nos moldar para Deus é diferente, envolve vontade, e então poderemos tomar uma decisão para transformar o que já somos naturalmente.
Jesus deixou muito claro que se não ajuntarmos com Ele, estaremos espalhando. É muito comum dizermos que estamos bem porque não fazemos nada de mal para ninguém, mas quando pensamos assim estamos no padrão do mundo, usando parâmetros do mundo. Ao passo que quando olhamos para as escrituras vemos o quanto estamos fazendo mal a nós mesmos e a outros por não influenciarmos o mundo para Deus.
IPedro 1.13-19 diz: “Estejam com a mente preparada, sejam sóbrios, não se amoldem ao mundo.” E, Efésios 5.18 diz: “não vos embriagueis com o vinho, mas enchei-vos com o Espírito Santo”. Nós precisamos estar cheios do Espírito para estarmos sóbrios. Muitas vezes estamos embriagados com uma mentalidade vazia, ou com um desejo próprio, ou ainda com muitas outras coisas, por isso não sabemos decidir em favor do propósito de Deus.
Em Hebreus 12, a Palavra nos diz que há uma carreira que nos está proposta, um estilo de vida, modo de vida, e para correr esta carreira precisamos largar duas coisas: pecados e pesos. Correr com um saco de cimento não é contra as regras da corrida, mas nos faz desistir por ser um peso. Assim, há muitas coisas que não são necessariamente pecados, mas pesos que nos atrapalham no Caminho.
O bom senso, a sobriedade, diz que o peso atrapalha. Os desejos humanos nos atrapalham na jornada com Deus por serem pesos. E nos fazem jogar fora os benefícios de Deus.
Esta vida cheia do Espírito, uma vida de santidade, só é possível quando amamos ao Senhor com todo o coração. Por isso o caminho para esta vida é ‘negar-se a si mesmo’.
Deus tem uma vontade boa, perfeita e agradável. Muitas vezes achamos que temos ideias boas, mas nunca nos satisfazemos com estas. Porque só a vontade de Deus nos satisfaz plenamente.
Jo.15.13-16 – Aqui fica claro que se não somos capazes de dar a nossa vida é porque não amamos. A maioria dos que se dizem crentes, não O amam por que não têm coragem de dar a Vida por Ele. Dar a vida é negar os desejos que nos prejudicam, pois Ele sabe que nossos desejos próprios nos levam para a morte. Ele nos mostra que nos ama tanto e quer tanto nosso bem que apresenta-nos o coração do Pai para que saibamos o que fazer e como agir. Quando o Senhor nos dá princípios é para que satisfaçamos o coração do Pai e assim alcançaremos tudo o que necessário.
Amar a Jesus é uma ação continua de nos negarmos a nós mesmos e abraçarmos Seus planos e propósitos. Como Pedro disse: Devemos estar com a mente preparada prontos para uma ação! IPe. 1.13-19
E o que é ter uma mente preparada para uma ação?
É ter a mente colocada onde Jesus está uma mente que busca o Alto, uma mente que pensa na vontade de Jesus. É uma mente que visa a eternidade. Uma mente que recebe louvor da parte de Deus por fazer Sua vontade. Fp.4.8 Como foi o caso de Jesus (Mt.3.17), Jó (Jó 1.8) e Enoque (Gn.5.24 / Hb.11.5).
Aprendemos então que precisamos perder a nossa vida por amor de Cristo e Sua Palava (Mc.8.35). E em Filipenses.2.8, Ele nos deu exemplo. Ele se esvaziou da essência de Deus, de Seu trono de Glória, por amor a nós. E nós, há algo bom em nós para que não queiramos nos esvaziar? O grande problema é que nos consideramos bons demais, como aquele fariseu (não sou como os demais homens – Lc.18.11), mas este não foi aceito por Deus, enquanto aquele que batia no peito e se dizia pecador foi aceito por Deus (Lc.18.13-14). Nos apegamos as coisas por acharmos que temos direito de algo, tão diferentemente de Jesus que não se apegou nem ao que Ele realmente tinha direito.
O único direito que realmente temos é queimar no inferno. E só não nos acontecerá isso por causa da Graça de Deus.
O que tem nos impedido de viver para Jesus é que estamos amoldados a este mundo, as nossas vontades.
Mas tão sabiamente Salomão nos ensina em Eclesiastes 12.13-14: “De tudo que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isso é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”.