Muito além do pão.

Sylvio Fratelli Filho -

Algum tempo depois, Jesus partiu para a outra margem do mar da Galileia (ou seja, do mar de Tiberíades), e grande multidão continuava a segui-lo, porque vira os sinais milagrosos que ele tinha realizado nos doentes. Então Jesus subiu ao monte e sentou-se com os seus discípulos. Estava próxima a festa judaica da Páscoa. Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que se aproximava, Jesus disse a Filipe: “Onde compraremos pão para esse povo comer?” Fez essa pergunta apenas para pô-lo à prova, pois já tinha em mente o que ia fazer. Filipe lhe respondeu: “Duzentos denários não comprariam pão suficiente para que cada um recebesse um pedaço!” (João 6:1-7 NVI)

• Jesus faz uma pergunta para Filipe, mas já sabia o que pretendia fazer.

Outro discípulo, André, irmão de Simão Pedro, tomou a palavra: “Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?” (João 6:8, 9 NVI)

• André também chega com o que parece ser uma solução. Mas para ele mesmo, André, parece ser ridículo, pois não seria suficiente para alimentar aquela multidão.

Disse Jesus: “Mandem o povo assentar-se”. Havia muita grama naquele lugar, e todos se assentaram. Eram cerca de cinco mil homens. Então Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes. Depois que todos receberam o suficiente para comer, disse aos seus discípulos: “Ajuntem os pedaços que sobraram. Que nada seja desperdiçado”. (João 6:10-12 NVI)

• Jesus utiliza justamente o que parece ridículo e insignificante aos nossos olhos e alimenta uma multidão.

Então eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham comido. (João 6:13 NVI)

• Os doze cestos nos faz lembrar dos doze discípulos. Jesus queria que os discípulos também entendessem que mesmo eles não tendo nada em si mesmos, Ele poderia fazê-los transbordar.

Depois de ver o sinal milagroso que Jesus tinha realizado, o povo começou a dizer: “Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo”. Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte. (João 6:14, 15 NVI)

Ao anoitecer seus discípulos desceram para o mar, entraram num barco e começaram a travessia para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha ido até onde eles estavam. Soprava um vento forte, e as águas estavam agitadas. Depois de terem remado cerca de cinco ou seis quilômetros, viram Jesus aproximando-se do barco, andando sobre o mar, e ficaram aterrorizados. (João 6:16-19 NVI)

• Os discípulos de Jesus se atemorizaram já se esquecendo das possibilidades em Cristo.

Mas ele lhes disse: “Sou eu! Não tenham medo!” Então resolveram recebê-lo no barco, e logo chegaram à praia para a qual se dirigiam. No dia seguinte, a multidão que tinha ficado no outro lado do mar percebeu que apenas um barco estivera ali, e que Jesus não havia entrado nele com os seus discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. Então alguns barcos de Tiberíades aproximaram-se do lugar onde o povo tinha comido o pão após o Senhor ter dado graças. Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus. Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?” Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais milagrosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. (João 6:20-26 NVI)

• Eles foram até Jesus em busca das coisas materiais e não por causa dEle.

Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem dará a vocês. “Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação”. (João 6:27 NVI)

• Não devemos gastar nossa energia para conquistar o que é perecível.

Então perguntaram-lhe: “O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?” (João 6:28 NVI)

• Verbo requerer - O que é necessário fazer para ter a aprovação de Deus?

Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou”. (João 6:29 NVI)

• Jesus mostra que Ele é a possibilidade.

Então perguntaram-lhe: “Que sinal milagroso mostrarás para que o vejamos e creiamos em ti? 

Que farás? Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão dos céus’ ”. (João 6:30, 31 NVI)

• Jesus tenta lhes abrir os olhos para o sobrenatural, mas os discípulos insistem em algo natural.

Declarou-lhes Jesus: “Digo a verdade: Não foi Moisés quem deu a vocês pão do céu, mas é meu Pai quem dá a vocês o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo”. Disseram eles: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. Mas, como eu disse, vocês me viram, mas ainda não creem. Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. (João 6:32-40 NVI)

• Jesus queria que eles olhassem para o sobrenatural e não para o natural, para o céu e não para a terra.

Respondeu Jesus: “Parem de me criticar. Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão ensinados por Deus’ . Todos os que ouvem o Pai e dele aprendem vêm a mim. Ninguém viu o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; somente ele viu o Pai. Asseguro a vocês que aquele que crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram. (João 6:43-49 NVI)

Todavia, aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”. Então os judeus começaram a discutir exaltadamente entre si: “Como pode este homem nos oferecer a sua carne para comermos?” Jesus lhes disse: “Eu digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:50-54 NVI)